Dores Crônicas
Aproximadamente 63% dos brasileiros sentem algum tipo de dor, principalmente dor muscular. O dado por si só já chama a atenção, contudo, a situação se torna ainda mais preocupante, pois a grande maioria sofre com as dores semanalmente. Ou seja, o brasileiro tem a dor como parte de sua rotina.
Apesar de incômoda, a dor tem uma importante função: alertar que algo no organismo está em desequilíbrio. A dor faz parte de um complexo processo e tem a responsabilidade de levar informações ao cérebro, que por sua vez chegam às áreas que envolvem cognição, memória e emoção. Portanto, sentir dor pontualmente é essencial para nossa sobrevivência.
Contudo, a dor perde totalmente sua finalidade e se torna um problema quando emite sinais constantes. É o caso do “sentir dor todos os dias”. Em outras palavras, a dor se torna a própria doença e já não é um sintoma de enfermidade.
Qual a diferença entre dor aguda e dor crônica?
A dor aguda é a dor pontual, e como descrita acima, é uma espécie de “alarme” do corpo. Outro detalhe é que a dor aguda é temporária, sendo assim, após alguns dias ou através de tratamentos simples ela é totalmente curada. Alguns exemplos: traumas (pancadas), fraturas, dores do pós-operatório, etc. Muito diferente é a dor crônica, pois é uma dor persistente.
Quando uma dor é considerada crônica?
A permanência da dor é o principal critério para classificar a dor crônica, ou seja, o tempo de duração e a constância. Na literatura médica, considera-se dor crônica quando o desconforto é igual ou superior a três meses, porém, cada caso deve ser avaliado de forma individual.
Outra característica que a define é a “cura”. Como disse acima, a dor crônica deixa de ser um sintoma e se torna a doença. Sendo assim, o incômodo não cessa após o tratamento da lesão que originou a dor.
Existem ainda os critérios de ordem psicológica e incapacitantes, pois com a dor crônica chegam múltiplas dificuldades, como dificuldade para dormir, para se movimentar e realizar determinadas atividades. As alterações no humor também são relatadas pelos pacientes, assim como as mudanças comportamentais.
A dor crônica pode causar depressão e ansiedade
A dor crônica é muito mais que uma doença física. Sentir dor todos os dias provoca impactos psicológicos consideráveis. Tomando a fibromialgia como exemplo, os pacientes que convivem com o distúrbio são vulneráveis aos transtornos psicológicos.
De acordo com dados da Associação Americana de Ansiedade e Depressão, cerca de 20% dos indivíduos com fibromialgia, infelizmente, apresentam transtorno de ansiedade ou depressão.
A conexão entre a dor crônica e os prejuízos mentais/sociais são significativos, por isso o tratamento é algo indispensável.
Doenças que provocam dor crônica
Inúmeras condições de saúde podem causar dor crônica, sendo a fibromialgia uma enfermidade mais comum. A hérnia discal (lombar e cervical), a artrose e a artrite também estão neste grupo.
As dores com causas desconhecidas, ou seja, aquelas que não são oriundas de patologias entram na listagem de dores consideradas crônicas. Um exemplo clássico é lombalgia (dor na lombar).
Como tratar a dor crônica?
Atualmente, a medicina da dor, especialidade que se dedica ao diagnóstico e tratamento das dores crônicas, oferece uma série de possibilidades e técnicas para controle da dor. Todas as abordagens terapêuticas são modernas e com amplas comparações cientificas. Outro detalhe é a não exigência de intervenções cirúrgicas, pois a maior parte é realizada de forma menos invasivas.
Os principais métodos não cirúrgicos (procedimentos intervencionista ou medicina intervencionista da dor) são:
- Bloqueio da dor e bloqueio anestésico;
- Radiofrequência (convencional, pulsátil e a resfriada);
- Medicamentos prescritos pelo médico da dor.
Conheça alguns tipos de dores:
- Dores de cabeça
- Dores oncológicas
- Fibromialgia
- Hérnia de disco
- Neuralgia do trigêmeo
- Neuropatia diabética
- Osteoartrose
- Síndrome do túnel do carpo
- Síndrome Dolorosa Complexa Regional
- Sindrome dolorosa miofascial
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